
De tempos em tempos sobrevivemos a massacres e tentativas de genocídio, passando pelas naus da invasão, para
chegarmos hoje nas lives da quarentena em tempos de pandemia.
Muita coisa tem sido contada a respeito dos povos indígenas, de forma romantizada, em sua maioria, nos atrelam à um passado de invisibilidade e tentam nos negar o futuro inexorável de luta em busca de direitos.
É a partir da década de 80, com a militância do movimento indígena para garantia da Constituinte, as lideranças que tem reverberado e formado novos guerreiros.
Hoje somos nós quem contamos a história e noticiamos ao vivo e com as cores do urucum e do jenipapo, demarcando as telas das realidade que somos sujeitos, nossas lutas e luto. Experiências como a rede Grumim de Eliane Potiguar, o Jornal Magüta do Povo Tikuna, o Jornal Trocano da Coiab e mais recente com os “Índios on Line”, a Rádio Yande e o coletivo Mídia Índia são exemplos de que a luta pela comunicação é uma pauta de muitos.
Assim tem sido construído em diversas experiências de comunicadores indígenas, conscientes ou não de seu papel jornalístico, uma nova forma de narrar a história e seus acontecimentos.
Mesmo que não tenhamos espaço nos grandes meios de comunicação, assim como qualquer outra minoria, a pauta indígena ainda precisa ser melhor divulgada e apoiada.
Em mais de 5 séculos de contato com os não indígenas, seguimos acompanhando a resistência do nosso povo, para que não nos roubem a voz mais uma vez e sejamos invisibilizados.
Por: Djuena Tikuna
Fotografia: Diego Janatã